O polêmico ChatGPT: suas facilidades e ameaças

Fev 06, 2023

Você já deve ter ouvido falar na mais recente polêmica digital: o ChatGPT.

O Chat GPT é um sistema baseado em Inteligência Artificial (IA) que foi lançado em novembro de 2022 pela OpenAI. O robô teve a capacidade de viralizar rapidamente, sendo testado por milhões de usuários. Isso porque a ferramenta (ainda em fase de testagem) oferece textos em diversos idiomas sobre praticamente qualquer assunto e de maneira natural, ou seja: que parece escrita por um ser humano alfabetizado. Ele dá respostas a milhares de perguntas e também é capaz de criar conteúdo.

Por exemplo: se você pedir à ferramenta para escrever um texto sobre as últimas eleições americanas, você estará assistindo em tempo real à digitação de um texto em poucos segundos. É como se alguém estivesse escrevendo para você do outro lado da tela.

Isso parece, à primeira vista, incrível mas, no fundo, é altamente preocupante, principalmente do ponto de vista da educação nas escolas. Por isso, em NY, autoridades do setor começaram a bloquear o site para que, dentro das instituições escolares, os alunos não recorram à ferramenta para redigir textos muito semelhantes aos redigidos por humanos.

Outra questão é no mundo de criação de conteúdo e redação criativa: empresas já estão utilizando a ferramenta, substituindo pessoas pelo robô.

Esses são alguns dos motivos que estão fazendo especialistas analisarem a questão com o futuro desse tipo de tecnologia na educação e em muitas profissões.

Mas como realmente funciona?

O ChatGPT contém uma integrada e ampla gama de tecnologias desenvolvidas pela OpenAI. Trata-se de uma nova geração de sistemas de inteligência artificial capazes de conversar, escrever textos e, também, produzir vídeos e imagens a partir de um banco de dados de livros digitais, publicações online e muitas outras mídias.

E ele funciona de uma forma muito natural e amigável, pois o sistema trama um diáologo escrito com alguém que lhe faz perguntas. E mais: milhares de pessoas que já testaram o sistema para escrever diversas coisas: e-mails, textos publicitários, músicas. O que acontece? A ferramenta vai ficando cada vez mais inteligente, assim como já vimos em distópicos filmes de ficção.

E o sistema não para de evoluir e a empresa, de criar novas ferramentas similares, como o DALL-E - um sistema de IA para criar imagens a partir de descrições textuais.

Além disso, os novos chatbots estão reagindo com coerência, embora ainda - mesmo baseados na “aprendizagem profunda” - ele não consiga justificar porque selecionou uma determinada palavra e não outra para compor suas respostas, mas a impressão que se tem é que a ferramenta “pensa”, mas não genialmente, embora seja de modo ordenado.

Similar a este robô, a startup Character.ai criou um chatbot experimental que pode ter uma determinada personalidade. Por exemplo: com uma breve descrição de Clarice Lispector, podemos criar um personagem e conversar com esta fictícia escritora. Não é fascinante? Mas também não é assustador? Muitos analistas estão preocupados, pois talvez essas tecnologias possam ser utilizadas para nos enganar, divulgando informações falsas ou criando fraudes mais difíceis de serem desvendadas. Até mesmo o próprio
ChatGPT responde sobre isso: "Há potenciais perigos em relação à construção de chatbots supersofisticados. As pessoas podem pensar que estão interagindo com uma pessoa real."

Por isso, a empresa está definindo como fazer com que o sistema fique mais seguro, como uma decisão já tomada: A OpenAI
fez com que o chatbot não tenha opiniões próprias para dificultar raciocínios tendenciosos ou perigosos para a sociedade.


Por ora, as possibilidades que o ChatGPT oferece é a sua utilização como alternativa rápida a buscas no Google, mas ainda os resultados são frequentemente equivocados ou até contraditórios. Mas tem um porém: se você questionar uma resposta errada, o sistema pode ser capaz de admitir seu erro e encontrar algo mais certeiro. Ele também tem a capacidade de produzir textos bem escritos e coerentes, o que pode ser utilizado como substituição a jornalistas, redatores e será que também escritores?

Esta ferramenta polêmica ainda vai dar muito o que falar, pois ela só funciona com o que já existe online e em seus bancos de dados. Porém, se nós criamos este texto aqui, escrito por um humano e o publicamos, já estamos alimentando o ChatGPT, ensinando a ele o que sabemos, proporcionando novos raciocínios e palavras. Mas o que muitos ainda creem é que esses robôs nunca alcançarão a capacidade criativa humana, a poesia coerente, a sensibilidade da alma.

(Não, este texto não foi escrito por um robô, mas por um humano, porque acreditamos que, ao menos, ainda, não há comparação.)